HPV: uma verdadeira praga
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domingo, junho 14, 2009

Por Mônica Santana
O Papiloma Humana Vírus – HPV é responsável por cerca de 90% dos casos de colo de útero. Segundo o Ministério da Saúde mais de 137 mil casos de infecção por HPV são registrados no Brasil. No Piauí, os dados mais recentes da Secretaria de Saúde – SESAPI, sobre o vírus, são de 2007, quando foram registrados cerca de 1.500 casos de contágio. As mulheres de 15 a 25 anos são as mais infectadas. Com esses números o HPV se tornou uma verdadeira praga no Brasil.
A relação sexual é a principal forma de transmissão do vírus. A utilização da camisinha ajuda muito no combate ao contágio. Mas, de acordo com a ginecologista Socorro Sousa, mesmo com a utilização de preservativo ainda pode haver a transmissão da doença.
“A camisinha evita o contágio a nível de colo e vagina. O vírus também é transmitido pelo contato da pele. Há uma parte que o preservativo não cobre. Então se o vírus estiver alojado na vulva ou no saco escrotal, pode haver o contágio. Ele pode ser transmitido também pelo contato oral”, explica.
A doença possui três estágios. Na fase latente a pessoa tem o vírus, mas nenhum sintoma se manifesta. A segunda fase é representada pelo aparecimento de verrugas na vagina, vulva e pênis. Na terceira fase as lesões são mais graves e podem evoluir para o câncer. Os primeiros sinais de contaminação pelo vírus podem demorar anos para se manifestar.
“Ninguém sabe ao certo depois de quanto tempo de exposição ao vírus os primeiros sintomas aparecem. Depende muito da imunidade do paciente. Se ela tiver imunidade baixa os primeiros sintomas logo aparecem. Tem pessoas que passam anos com o vírus sem os sintomas se manifestarem. Em outras o organismo se recupera e o vírus regride naturalmente”, esclarece Socorro Sousa.
A detecção do vírus é feito pelo exame Papanicolau, oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde – SUS. O exame é solicitado em visita de rotina ao ginecologista, que deve ser feita a cada seis meses. Detectado o vírus será necessária a realização de outro exame, chamado cultura híbrida, para saber qual o tipo de HPV, que são mais de 150. Destes, os subtipos 16 e 18 são os mais perigosos por provocarem lesões graves no colo do útero podendo levar a câncer se não forem tratadas em seiu estágio inicial.
Segundo Socorro Sousa, o tratamento irá depender do grau e do local onde está alojada a lesão, além do tipo do vírus. “O tratamento varia muito. Se o HPV está alojado na vagina pode se proceder queimando as lesões com ácidos, ou cauterizando, que é a retirada da lesão. No colo do útero também se faz esses procedimentos, mas dependendo da lesão o colo deve ser retirado”, explica.
Adolescentes entre as mais infectadas
A contaminação com o vírus tem crescido de forma alarmante entre as adolescentes. Dados da Fundação Oswaldo Cruz estimam que no Brasil, uma em cada quatro adolescentes tem HPV. A precoce iniciação sexual e uma quantidade cada vez maior de parceiros, além da não utilização da camisinha estão fazendo com que jovens de 10 a 19 anos se tornem o alvo preferencial do vírus.
Se a situação com as mulheres é critica, imagine com os homens que por questões culturais, desinformação e até mesmo ignorâncias, resistem a procurar um urologista.
Assim como as mulheres devem realizar o exame Papanicolau a cada seis meses, os homens devem consultar um urologista e realizar a Peniscopia a cada ano, para detectar se foi infectado pelo HPV. Muitas vezes quando a consulta é feita já é tarde demais.
Os casos de câncer de pênis tem aumentado nos últimos anos. De acordo com a FIOCRUZ 75% dos casos de câncer de pênis estão associados ao HPV.
Vacina
A vacina contra o HPV é indicada para meninas e mulheres entre 9 e 26 anos de idade. São três doses que imunizam contra os tipos 6, 11,16 e 18. A vacina não está disponível na rede pública de saúde. No Piauí, ela pode ser encontrada em clinicas particulares desde o ano de 2007. Entretanto, uma dose chega a custar mais de 500 reais.
